Pesquisas

Quem somos e de onde viemos:

Olá! Somos estudantes de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Esse blog é um meio de dar um retorno para a sociedade, contribuindo para o melhor entendimento de uma fase tão peculiar, a velhice. Este é um projeto proposto pela professora, Katie Almondes, visando contribuir através da produção de conhecimento, para a melhoria da qualidade de vida da população idosa, tendo em vista esta crescente demanda social. Queremos ajudar com nosso conhecimento e levar informações e esperança não só para os idosos, mas para todos que passarem por aqui. Conscientizar e promover mudanças! Bem vindo(a) à nossa luta. Você pode entrar em contato conosco através do seguinte e-mail: blogsaude@yahoo.com.br . Obrigado.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Pesquisando por ai...

    Pesquisando  na internet, algumas coisas relacionadas ao idoso, encontrei uma música ,da sambista, Leci Brandão,  intitulada "A Terceira Idade". ´Notei que seria um ótimo ponto de partida para uma mudança de visão sobre a terceira idade, pois ela traz na sua canção um olhar diferente da velhice, "A terceira idade, é a felicidade..."

    Segue abaixo a letra da música e o link para quem quiser ouvir essa música tão inspirante, na voz de uma das mais importantes intérpretes de samba da música popular brasileira, Leci Brandão.

"A terceira idade, é a felicidade
A terceira idade, é a voz da verdade (bis)

Não faz só tricôt e bolinho
vai a praia e tome um chopinho
também gosta de ouvir um chorinho
e um pagode legal

Faz um grupo e sai por aí
o negócio é se divertir
o amor é pra si dividir
alegria geral

A terceira idade, é a felicidade
A terceira idade, é a voz da verdade (bis)

Está sempre na academia
faz coisa que eu não fazia
no entanto não perde a mania
de me aconselhar

faz doce de côco e pudim
ensina tudinho pra mim
faz tudo tim tim por tim tim
ela é de arrasar

A terceira idade, é a felicidade
A terceira idade, é a voz da verdade (bis)

Não faz só tricôt e bolinho
vai a praia e tome um chopinho
também gosta de ouvir um chorinho
e um pagode legal

Faz um grupo e sai por aí
o negócio é se divertir
o amor é pra si dividir
alegria geral

A terceira idade, é a felicidade
A terceira idade, é a voz da verdade (bis)".

Olá, tudo bem? Meu nome é terceira idade. Gostaria de me conhecer melhor?

    Que bom que aceitou meu convite! Bom... Vou me apresentar. Sou chamada de Velhice, Terceira Idade, Melhor Idade, dentre vários outros termos. Sou uma fase da vida, tão importante quanto às demais! Nem todas as pessoas poderão me alcançar, apesar da crescente expectativa de vida atualmente existente. As pessoas precisam me conhecer melhor, pois sou vista geralmente de forma negativa, como deterioração e involução da vida. Os que me vivenciam, são vistos como um grupo carregado de incapacidades, em que as capacidades físicas, cognitivas e emocionais vão diminuindo. Somente através do conhecimento sobre minhas peculiaridades é que a sociedade poderá se desfazer de vários preconceitos sobre mim.
    Embora seja um fato, a deterioração de algumas capacidades, esta fase está longe de ser apenas uma fase de degradação e de declínio intelectual. E não se engane! O envelhecimento é universal e inevitável, até o momento.
    A sociedade por falta de conhecimento sobre minhas características se torna preconceituosa em relação aos que me vivenciam.
    É considerada idosa a pessoa que tem idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Apesar do seu marco cronológico a velhice é uma fase determinada por características biopsicossociais.

Características da fase

    A população mundial está envelhecendo. Surgem como causa o crescimento econômico, o maior controle sobre doenças infecciosas, o melhor acesso a água potável, instalações sanitárias, assistência à saúde e estilos de vida mais saudáveis. Com esse aumento da população idosa, houve a necessidade de investimentos para realização de estudos sobre a velhice, para que essa grande parte da população possa ter uma boa qualidade de vida, e se possa entender mais sobre a fase.

Características gerais:
    As principais mudanças físicas dos idosos são: perda de coloração, de textura e elasticidade da pele; branqueamento dos cabelos; diminuição na estatura; adelgaçamento dos ossos; tendência a dormir menos. O coração torna-se mais suscetível à doença. Problemas visuais e auditivos podem prejudicar a vida cotidiana como a ocorrência de cataratas. Mas podem ser corrigidos. Perdas no paladar e no olfato podem causar má nutrição.  A frequência e intensidade a experiência sexual é reduzida nesse período. A maioria das pessoas mais velhas tem doenças crônicas, principalmente artrite, mas elas não limitam demais as atividades nem interferem na vida cotidiana.
    Algumas doenças crônicas são freqüentes na velhice, como por exemplo: Mal de Alzheimer, pode ser influenciada por fatores genéticos. Entretanto terapias comportamentais e medicamentosas podem retardar a deterioração; Mal de Parkinson, envolvendo a degeneração neurológica progressiva, caracteriza-se por tremor, rigidez, retardamento dos movimentos e postura instável; Demências de infartos múltiplos, sendo causada por pequenos derrames.
    As principais mudanças Cognitivas nessa faixa etária consistem em: retardamento geral no funcionamento do sistema nervoso podendo afetar a velocidade do processamento de informações. Mudanças neurológicas, assim como declínio na velocidade perceptual, podem explicar grande parte do declínio no funcionamento da memória em adultos mais velhos. Contudo, o cérebro pode compensar alguns dos declínios relacionados com a idade. Adultos mais velhos podem beneficiar-se com o treinamento da memória. A aprendizagem vitalícia pode manter pessoas mais velhas mentalmente alertas.
    Mas nem tudo é tão ruim, muitos idosos sabem aproveitar bem os seus momentos, sua saúde e praticam exercícios, esportes, enfim... conseguem manter uma boa qualidade de vida e ainda por cima manter a forma. Isso gera bem estar psicológico além de possibilitar novidades, como conhecer novas pessoas, por exemplo.

Tarefas de desenvolvimento e desafios enfrentados pelo idoso

    Entende-se por tarefas de desenvolvimento aquelas que a pessoa deve cumprir para garantir seu desenvolvimento e seu ajustamento psicológico e social. São tarefas com as quais a pessoa satisfaz “suas necessidades pessoais de evolução e para garantir o próprio desenvolvimento e manutenção de padrões sociais e culturais específicos”
    As tarefas de cada fase influenciam, sendo realizadas, ou não, as tarefas das fases posteriores. Portanto, as tarefas de desenvolvimento dos idosos sofrem uma grande influência das demais fases passadas. Os idosos têm tarefas que diferem das demais idades por seu caráter funcional, por serem mais defensivas e preventivas, mas isso não é razão para se ter uma perspectiva negativa da velhice. As tarefas dos idosos são: ajustar-se ao decréscimo de força física e saúde; ajustar-se à aposentadoria e à redução de renda; ajustar-se à morte do(a) esposo(a); estabelecer filiação a um grupo de pessoas idosas; manter obrigações sociais e cívicas e estabelecer arranjos físicos satisfatórios para viver bem a velhice.
    No caso da tarefa de ajustar-se às perdas biológicas decorrentes do envelhecimento do corpo é importante lembrar que com a idade ocorrem mudanças físicas diversas, como já citamos, perda de força e de resistência, aumento da susceptibilidade às doenças e redução das propriedades de auto-reparo do organismo. As pessoas ficam mais expostas a acidentes, a doenças infecciosas, perdem acuidade dos sentidos e, por vezes, ficam inválidas. É preciso aprender a conviver com essas limitações e agir de modo a torná-las mínimas ou reduzir lhes o ritmo. Esse ajustamento pode se tornar um desafio para os idosos, e se traduzir em demanda psicoterápica.
Com a aposentadoria, na maioria dos casos, o idoso precisa reajustar seus padrões de vida, pois passa a contar com renda menor. Muitos começam um novo emprego ou mesmo um novo trabalho, outros gostariam de fazê-lo, mas já não contam com condições físicas, aceitabilidade no mundo do trabalho ou não se prepararam para tanto. É necessário redimensionar seus gastos em um período em que a necessidade de dinheiro para a saúde tende a crescer. Além disso, com a aposentadoria o idoso passa a ter mais tempo livre, podendo dedicar-se a atividades físicas e de lazer. Isto pode ser de valia para cumprir outra tarefa que é a de associar-se a pessoas de sua própria idade. A falta de preparo para a aposentadoria e o não envolvimento em atividades de lazer pode levar os idosos a comportamentos inadequados e de risco.
    Nessa faixa etária também aumenta a probabilidade da perda do esposo(a), requerendo arranjos físicos, mudanças no estilo de vida e um controle emocional diferenciado. As atividades cívicas, sociais e de lazer podem ser de grande ajuda nos ajustamentos emocionais necessários. Pelo já explicitado, a perda do par pode trazer associadas ao aspecto afetivo outras dificuldades. Por exemplo, passar a viver só é possível quando há condições físicas e psicológicas para isso. Entretanto, sem condições de continuar só em seu lar, a pessoa pode ter de ir morar com algum parente, o que implica a perda de seu espaço e a integração de outro meio de convivência. Em alguns casos, o idoso poderá necessitar ir viver em algum tipo de abrigo. A manutenção da atenção e o envolvimento em outras tarefas podem ser de grande valia para evitar depressão e solidão.
    A tarefa de estabelecer e manter-se filiado a grupos de idosos das mais diversas naturezas garante ao idoso boas condições de saúde psicossocial. Entre esses grupos estão os religiosos, os cívicos, os políticos, os de turismo, os de ginástica e os de lazer. Clubes, universidades, sindicatos e outras entidades têm se dedicado a esse aspecto. É preciso educar-se para isto e orientar os idosos nessa busca de acordo com suas características pessoais e motivação.

Dá para controlar ou evitar o envelhecimento???

    Existem dois tipos de envelhecimento: o primário e o secundário. O primário consiste em um processo gradual e inevitável de deterioração corporal que começa cedo na vida e continua ao longo dos anos. Já o secundário são processos de envelhecimento que resultam de doença e de abuso ou falta de uso do corpo, e que muitas vezes, são evitáveis. Atualmente, muitas pessoas mais velhas são saudáveis, vigorosas e ativas. Embora os efeitos do envelhecimento primário possam estar além do controle das pessoas, muitas vezes, é possível evitar os efeitos do envelhecimento secundário.
     O exercício físico é um dos meios mais utilizados para manter o cuidado com o corpo, pois afeta indiretamente a função cerebral, prevenindo o envelhecimento secundário. O efeito indireto do exercício sobre o envelhecimento pode ser expresso pela prevenção de acidentes ou doenças que podem produzir efeitos do envelhecimento secundário. Além dos exercícios uma boa nutrição, sono adequado, controle do estresse e ausência do uso de drogas, são fortes armas para o combate do envelhecimento evitável, controlável, secundário, contribuindo assim com uma melhoria dos hábitos de saúde e qualidade de vida.
    Podendo controlar o envelhecimento ou não, todos os dias podemos ser heróis da nossa história, podemos construir uma vida cheia de aventuras e que será lembrada por muitos. Podemos nos fantasiar do que quisermos e sonhar, mesmo com os pés no chão.

Uma possível ajuda...

    Psicodinâmica é um tipo de terapia na psicologia, busca ajudar uma pessoa a conhecer mais a si mesma e ajudar em questões latentes, em características em que se ache que é necessária a contribuição de um psicólogo.
   A fase da velhice exige adaptação e também alguma conscientização de que essas mudanças são comuns e fazem parte do processo da vida, e muitas vezes as pessoas nessa fase se sentem isoladas, desesperançadas. Há momentos em que nos deparamos com possibilidades e escolhas e isso cabe a todos nós, seres humanos.
    A psicodinâmica pode contribuir como uma maneira de ajudar as pessoas onde elas precisarem, quer saber sobre a sua história e como algumas coisas do passado afetam sua vida hoje. A psicodinâmica trabalha aspectos essencias na vida como crises, adaptações, momentos vividos agora ou antes, sentimentos. É o momento de ter alguém para compartilhar angústias e até mesmo o desespero, se for o caso. A velhice envolve questões delicadas que muitas vezes precisam serem ouvidas com cuidado, com atenção. Todos nós queremos ser ouvidos, não?  Os psicólogos estarão prontos para lidar com as questões que possam aparecer durante o processo de terapia (tratamento com o idoso): as dificuldades na movimentação geral por limitações físicas, o adoecimento, questão de horários, e diante disso tudo há uma flexibilidade e um cuidado por parte do profissional.
    O terapeuta irá ajudar o idoso a ter mais consciência e a utilizar sua inteligência, a chegar a conclusões por si próprios, podendo inclusive passar pequenas atividades. Pode envolver também a família. Autoestima, percepções, âmbito familiar, dificuldades da fase, características de personalidade: as possibilidades são diversas, mas sempre há uma solução.
    Diante do exposto, vemos que tem muito na vida para se enfrentar entre características, crises e desafios. É importante manter o equilíbrio entre o que é meu e o que me faz sofrer. Não sofra calado, não tenha vergonha de procurar ajuda se precisar, seja de quem for. Sempre tem alguém disposto a te ouvir. Se precisar de nós, estamos aqui.

O papel do cuidador


     O papel do cuidador é de grande importância para os idosos com algum grau de dependência. A maioria dos idosos experimenta alguma fragilidade nessa fase da vida, vindo a precisar de ajuda, de cuidadores. Esse cuidador pode ser qualquer pessoa disposta a facilitar e auxiliar na melhoria de vida do idoso.
    Entende-se por cuidador, pessoas que cuidam, a partir de objetivos estabelecidos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação do idoso, além disso, deve lhe fazer companhia e dar os remédios na hora prescrita. Cuidar de um idoso é também dar atenção as suas longas conversas, que podem ser cansativas; é também levá-lo para desenvolver atividades que lhe dão prazer; é também dar carinho, amor e se doar.
    Com todas essas atribuições o cuidador também merece uma atenção, porque ele pode esta se submetendo a uma carga de estresse muito grande, e isso pode acarretar prejuízos tanto no andamento dos cuidados, como em outras esferas da vida desse cuidador. A boa preparação do cuidador ajuda no seu melhor desempenho e na diminuição dos problemas conseqüentes do ato de cuidar.

Lazer e atividade física

O idoso dispõe de opções de lazer, cultura e diversão, assim como todas as outras idades. E pode e deve aproveitá-las. Faz bem para o ego e para o coração. Isso varia de uma caminhada na praia a um cinema, ou teatro. Varia de pessoa para pessoa. Existe aí a questão cultural e a econômica: mas há opções boas e baratas e algumas até grátis. Diversão é fácil de ser encontrada se souber onde procurar.
Ainda há a opção de realização de atividades físicas onde muitos gostam e outros nem tanto. Há idosos que já mantinham um ritmo de atividades durante a vida toda e querem continuar com esse comportamento, outros começam para melhorar a saúde e qualidade de vida, afinal, é uma opção. É necessário consultar um médico antes de começar qualquer atividade física para serem avaliadas suas condições e se você tem condições de realizar a atividade desejada. Isso é muito importante e necessário de ser observado, pois pode envolver riscos para quem não seguir recomendações. No geral existem muitas vantagens na prática de atividades físicas e cada uma tem suas peculiaridades, mas alguns aspectos comuns são: exercício das articulações, cuidado com o coração e algumas atividades (como a hidroginástica, por exemplo) trabalham até a coluna. É importante a ingestão de liquidos, boa alimentação e respeitar seu limite pessoal. Algumas possibilidades de atividades são: hidroginástica, natação, caminhada.